terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Regresso ao (bom) passado

O Natal aproxima-se a passos largos, somos diariamente bombardeados por apelos ao consumo, quer queiramos quer não, mas será que não nos esquecemos do verdadeiro sentido do Natal?
Para mim, e por razões óbvias, este será o Natal mais triste de sempre, mas não me impede de relembrar aqueles tempos de criança, em que, apesar de poucos ou quase nenhuns presentes receber, era muitíssimo mais feliz do que nos tempos que correm.
A verdade é que passados trinta e tal anos, acredito que o facto de hoje em dia as crianças terem muitos presentes, isso só lhes faz mal...muito mal!
Voltando ao passado, relembro-me muito bem de ter única e exclusivamente umas roupas novas para vestir no dia de Natal e como apenas isso, chegava para que me sentisse o menino mais feliz ao cimo do Universo.
Mas claro, os tempos mudam-se, os pais querem dar sempre mais aos filhos do que aquilo que tiveram, e depois é o que se vê, crianças que nunca estão satisfeitas com o que têm (e que sinceramente já é muito) e que o colega de carteira tem uma Playstaition melhor que a dele, um telemóvel superior e com acesso á Internet, etc,etc,etc.
Mas será que os nossos filhos terão mesmo necessidade destes "luxos" todos?
Nós nunca tivemos nada disto, eu pessoalmente nunca tive nem tenho nenhuma Playstaition, nem nunca tive nenhuma nas mãos, mas não me faz menos responsável que outro qualquer ser humano, ou será que faz?
Será que é a quantidade de brinquedos (novos) que eles levam para a escola nos primeiros dias de Janeiro, os torna melhores que os outros? Certamente que não, nem que seja pela maneira (engraçada) como eskrevem nox diax de hoje. Para já não falar na "nova moda" de abrir os presentes perto das 10.00 horas da noite, quando no nosso tempo somente de manhã é que sabíamos, com que é que o "Pai Natal" nos tinha presenteado.
Acho que deveremos pensar um pouco mais, no que realmente é importante para as crianças, e questionarmos-nos se não estaremos a exagerar, porque existem muitos que nunca tiveram, nem terão um brinquedo para brincar.
Alguns, apenas tomam uma refeição diária e é na escola, segundo o que hoje ouvi na rádio, da boca do Bispo de Setúbal, e é para esses que nos devemos virar.
Foi igualmente triste ouvir, que a pobreza em Portugal existe cada vez em maior número e que o pior é que as pessoas não têm coragem de a assumir, ficando a mesma dentro de quatro paredes.
Tenho a noção que poderei ferir alguns pais com estas minhas palavras, mas desculpem-me, é o que penso e hoje estou virado para dizer mal, nem que seja...do Natal !

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